Em Red Flavor, Red Velvet retoma o Pop Popístico sem perder sua essência.
Eu confesso pra vocês. Foi pesado. Sofri muito, uma perseguição impiedosa, cruel, suja. Não havia momentos de folga. Se tornou a piada de meu núcleo próximo, que não deixava passar uma oportunidade em me lembrar e ironizar pelo fato. Mas eu perdurei. Eu sobrevivi. E mais, não desisti nem abdiquei de meus princípios, mesmo tendo sofrido bullem.
Bullem por Red Velvet. Eu sofri bullem por Red Velvet.
Por enaltecer, calorosamente, Rookie, qual reforcei no twitter, várias e várias vezes, ser para mim o CAPOPE DO ANO. Incapazes de compreenderem meu gosto de escala superior, apelaram para o julgamento do biaísmo, afinal, como nunca tentei esconder, Irene é minha artista favorita no meio do kpop, o que vocês, pessoas modernas, chamam de ultimate, abreviado de utt, sabe-se lá por qual razão.

Mas não, meus queridos descendentes de vossos avós, eu não passei a amar Red Velvet pela Irene. Quanto mais Rookie. Eu prestei atenção em Irene por gostar mais e mais do Red Velvet. E aí, o fogo se uniu à pólvora e hoje o veludo vermelho é um de meus grupos favoritos. Com o fim de f(x) (esse acho que não passa de um comeback, se muito) e SNSD próximos, pode erigir à primeira colocação. Mas foi por mérito e gosto. Não por Irene. Mas glória aos deuses do K-pop por Irene.
Digressões de lado, se Rookie era (ou é?) minha faixa de pop coreano favorita de 2017, um ano excelente, até aqui, esse comeback traria muita responsabilidade. Pois o que está muito alto periga mais do que se esfolar em um tombo, e sim se espatifar. Talvez isso venha a ocorrer algum dia.
Mas este dia não é hoje.
São 05:09am. Por problemas de logística, digamos, só pude conferir o MV perto de 04am. Ainda enfrentei o Q&A de Irene, Yeri e Seulgi, onde tentei, em vão, sua atenção. Estou cansado. Poderia dormir, sonhar com coisas boas, como
Porque QUE MÚSICA.


Como não vejo teasers, me baseio nas imagens pré-release para formular alguma expectativa, que, no caso, deixavam implícito uma provável viagem oitentista através de visuais, vide a adorável franja de Irene, finalmente fazendo companhia a Yubin entre os acertos deste penteado (quem discordar está errado, novamente pois eu, de gosto superior, estou certo).
Surgiram até teorias incrivelmente precipitadas que interligavam o comeback com um filme vintage de horror em sororidade. Mas não é o que aconteceu. Todo mundo sabe que o Red Velvet, mesmo que tenha fama estabelecida, fandom fiel e um renome de poucos rivais no cenário atual, enfrenta uma certa resistência do ouvinte regular do k-pop. As meninas sempre apostaram numa imagem pouco convencional, distante do ortodoxo no mercado feminino. Um experimentalismo em matizes que trouxeram comparações com o f(x), mas com diferenças evidentes que apenas assimilam ousadia, sem sabotar originalidade.
Montagens frenéticas, edições quase lisérgicas em sua natureza caótica e multicolorida, seguido de uma marcante passagem que costuma grudar (Dumb Dumb Dumb/ Ice Cream You Scream/ Russian Roulette e basicamente todo o refrão de traumas irreversíveis vistos em Rookie).

De natureza breve e resiliência inexistente, são poucos os grupos que costumam entregar uma identidade particular poderosa e que relacione a si em vista automática. O Red Velvet não apenas conseguiu isso com as características descritas acima, como sempre inovou na própria proposta, sem nunca despistar o elemento Red Velvet em si, seja ao explorar o lado Red ou o lado Velvet - um pouco menos no segundo. Num ambiente onde costuma-se seguir tendências a despeito de sonoridades pré-concebidas, assumir uma postura para si é corajoso. Não valeria de nada, é claro, se fosse uma besteirola irritante. As meninas, felizmente, situam-se no terreno do acerto. Pois hoje é inconcebível ver o Red Velvet fazer algo que vemos num WJSN ou Lovelyz, por exemplo.
Só em que em Rookie e Russian Roulette, o "excesso" de esquisitice, colado assim, pareceu ter efeito reverso em uma parcela do público. Era Red Velvet demais, talvez. E Red Flavor consegue um feito intimamente colossal de reaproximar os dissidentes sem trair quem as abraçou no reino da loucura. Pois, como supracitado, o Red Velvet voltou mudado, mas sem deixar de ser Red Velvet.
Como dita o sucesso, o lado animado é o escolhido. O lado Red, desta dicotomia abandonada ultimamente. É um single de verão perfeito para a ocasião, mas sem tanta viagem conceitual como uma Rookie, mesmo que tenhamos algumas alternâncias rítmicas abruptas. Ao invés de uma colagem aleatória de canções, por exemplo, o pré-refrão funciona perfeitamente como uma preparação para o prato principal, desta vez ordenado em várias e açucaras linhas, evitando a utilização de uma só palavra ornamental e quase diabólica em seu potencial de grude. É mais completinha.

Estruturalmente, Red Flavor é uma música convencional, sem piraloucagens - fora a volta de um rap natural pela dupla Irene-Yeri, que após tanto tempo fora, parece estrangeiro. Ainda assim, ela exala o espírito vibrante e inquieto do RV; é dançante, cantante, divertida e clama por mais.
Mesmo que o topo do pódio do sucesso esteja com o Twice, é reconfortante ver como o veludo vermelho, em seus mais de 3 anos no palco, segue disposto e calórico em nos presentear com mais e mais camadas de si mesmo. E não há nenhum grupo - fora o semi-extinto f(x) -, neste momento, que tenha tantas camadas para nos surpreender. Nenhum.
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Talvez eu faça review do mini (como em Russian Roulette e Rookie), talvez não. Vocês sabem como ando preguiçoso. Veremos se o TOC fala mais alto.
Já as interpretações bagaceiras eu deixo com vocês. Sem paciência para mensagens subliminares nessa hora.
Agora mais um ou outro gif.






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Talvez eu faça review do mini (como em Russian Roulette e Rookie), talvez não. Vocês sabem como ando preguiçoso. Veremos se o TOC fala mais alto.
Já as interpretações bagaceiras eu deixo com vocês. Sem paciência para mensagens subliminares nessa hora.
Agora mais um ou outro gif.








