Red Velvet adere ao culto demoníaco em Peek-A-Boo


Que ano vive o Red Velvet. Com o f(x) abandonado, caiu nelas o reinado da esquizofrenia musical, sem grandes tendências pessoais fora o simples empreendimento insano em busca de uma identidade flexível, porém identificável por estranheza.

Aos fãs, permanecia, porém, a expectativa em ver essa energia ser trabalhava nas matizes características das meninas em sua camada menos explorada - o lado Velvet, que costuma ser relegado a b-sides após o fracasso comercial de One of These Nights. O anúncio de um álbum nomeado Perfect Velvet provocou, logo, um furor, visto que a dicotomia interna do ato é um de seus intrigantes chamarizes. 

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Para liderar o projeto, Peek-A-Boo.


É uma espera que tem fim de modo tão satisfatório como poderia ser, e talvez como não se esperava. É divertido aguardar comebacks do Red Velvet hoje em dia. Os mais imprevisíveis, e mesmo quando seguem tendências, não se sacrificam a estes, e sim moldam tudo a seu redor. Todos são servos ao Red Velvet, pois a simples aura do grupo é um centro gravitacional que atrai nuances escondidas e fascinantes do pop.

Peek-A-Boo é, do início ao fim, encorpado ao Tropical, gênero que já passou além da saturação e encontra-se em transição gradual ao latino, na sequência natural de mudanças cíclicas do cenário. Mesmo assim, o single soa como algo novo, nunca enjoativo ou mais do mesmo. O marimba é trabalhado incessantemente, em um tempo estável na loucura contida, onde não se busca a insanidade do lado Red, mas o macabro misterioso do Velvet. É uma nova amostra de virtudes. Não tão elegante e monótono. É uma faixa animada, empolgante, e ainda assim, diferente.
A Yura entrou no Red Velvet?
O Veludo Vermelho adquiriu, em sua metamorfose constante, a predileção visual e narrativa ao diabólico. Mesmo Happiness era tão colorida que parecia uma ironia implícita que nunca saberemos, com seu MV aludindo inclusive a tragédias, colagens estrambólicas e edições desreguladas. De Dumb Dumb Dumb a Russian Roulette, culminando em Red Flavor, sem esquecer a catastroficamente viciante Rookie no meio, o Red Velvet trabalha progressivamente nos contrastes dos sorrisos adoráveis das meninas e as pintam como obras sarcásticas e pérfidas. Um projeto de personagens - e mesas - que encanta e torna difícil tirá-las da alta consideração, sendo você stan ou não.

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Seja matando a si mesmas ou um mero entregador de pizzas em culto satânico que se repete mensalmente a vai saber quanto tempo (reparem nas várias caixas de pizza), talvez a morte por Red Velvet não seja tão ruim assim. Certamente melhor que uma vida com Lovelyz e Sonamoo.

E ainda temos Irene :D.

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