Em LaLaLa, Chungha se configura como referência do Tropical


Muitas coisas mudam. Normalmente não percebemos de imediato esta alteração de status quo justamente por estarmos acostumados com ela. Ela se torna parte de nosso cotidiano tal qual acordar de manhã. O enjoo pode se tornar prazer ou rotina, encontrando aí até uma parcela de prazer, culposo ou desinteressado.

Este é o Tropical no Kpop, nos últimos 16, 17 meses. Tanto que requere um certo desdobramento para escrever sobre si sem cair nas mesmices. O que não canso de repetir e acho necessário, entretanto, é como o que prejudica sumariamente algo não é seu excesso, e sim como é utilizado. Caso contrário, clichês inexistiriam.

O mesmo serve na música, e se alguns grupos tropeçam nas próprias pernas ao seguir a tendência sugado do mercado americano, outros conseguem, ainda hoje, extrair de si o suficiente para valer algumas ouvidas e até elogios.

É o caso de LaLaLa, comeback de Babylon, com participação da New Taeyeon, Chungha:


Sim, eu sei que a música é ainda do mês passado, mas eu só fui ouvi-la agora, com o Special Clip. Ando meio extraviado na vida e ouvindo pouco dos releases de gavetas inferiores dos canais. Cabe a dica de vocês de algo bom que tenha sido liberado por nomes obscuros da indústria.

Não que este seja o caso dos envolvidos aqui. Mesmo que tenha uma discografia solo fraca e que se apoia mais em duetos, Babylon é um nome marcante por si e já conhecido no mercado. E Chungha é uma das flores das estação - por méritos e, é claro, estética.

Aqui no Delírios, já deixei claro meu apreço por ela no excelente e magnético debut, com Why Don't You Know, e esse LaLaLa, mesmo que seja produto do cantor, soa muito mais como uma continuação natural do que a Idol lançou alguns meses atrás, semelhança deliberada e que, assim, a faz ofuscar o protagonista.

Chungha se configura, assim, como um dos melhores expoentes coreanos do gênero neste momento, com um vocal que ainda esconde potência - se é que há -, mas se adapta em cada ranhura possível para se completar aos instrumentais típicos do estilo, que aqui ganha nuances divertidas e irreverentes, quase um Reggae, através da sonoridade Marimba.

Caso seja fã do cara, não se estresse ou leia isso como descaso. Ele manda bem. A química é boa e o complemento das vozes soa agradável a ponto de não lamentarmos sua participação. O contrário ocorre, por exemplo, em Dusk Till Dawn, onde fica difícil não imaginar como o single seria melhor se apenas entoado por Sia. Pobre Zayn, mas é uma competição impossível. Aqui o equilíbrio é básico e se balanceiam rumo ao êxtase. 

Mais Chungha, por favor. 

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