Tendo passado basicamente 2 anos foram, o Comeback do SNSD, que seria esperado ansiosamente por uma larga massa em qualquer circunstância, se tornou um evento inexorável, como uma ocasião a ser relembrada e degustada nas minúcias. O grupo completa 10 anos, uma data que reitera seu papel no Pop Coreano, incomum para qualquer girlgroup. E também os questionamentos do futuro. Na melhor das hipóteses, teríamos de esperar mais dois dígitos de meses para ver as Soshis novamente, em meio a suas atividades pessoais, naturalmente o foco das artistas neste estágio da vida. Já em um cenário pessimista - porém, não rejeitável -, seria um adeus ao Girls' Generation.
Só que, infelizmente, o buzz deste retorno tem alcançado diferentes nuances, e o menos considerado é justamente o musical, este o fator principal de união aos Sones. Começou com as vendagens abaixo da média dos singles, e então, um mar de confusões e erros de gerenciamento da SM, como a curta promoção,
pequena participação na mídia, artifício corriqueiro para divulgar grupos em seus períodos de comeback, falta de reposição do LP em lojas. Tudo culminou com a revelação de imbróglio na renovação do contrato das meninas.
Pronto. Renovação de contrato. Esteja instaurado o caos. Desvirtua qualquer atenção do que realmente interessa e qualquer cara torta gravada se torna assunto para posts conspiratórios no Koreaboo e discussões cheias de gifs e deboche no One Hallyu.
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Ontem, já tivemos a
nota onde Tiffany supostamente estaria a estudar atuação (O que é um alento visto que a grande maioria dos Idols basila apenas na sua fama para angariar papeis por aí, sem o mínimo senso dramático) para abandonar de vez o SNSD.
Uma polêmica vazia e ainda não confirmada. Algo comum na coberta de celebridades. Nada exclusivo da Coreia e que valha preocupação. O pior, entretanto, ocorreu hoje, na chegada de Taeyeon ao aeroporto de Jacarta, capital da Indonésia.
O que deveria ser uma simples caminhada até o transporte que a levaria para o destino posterior, se tornou um suplício de origem coletiva, supostamente fãs, na pior terminologia possível da palavra - sasaengs -, sem pudor ou respeito à pessoa Taeyeon, e sim uma obsessão doentia na imagem que ela representa.
Sim, Taeyeon é essa bola de futebol aí no meio. O que acontece é que a SM, em um caso imperdoável de negligência, a não ser que se revele um caso de opção de Taeyeon - o que seria 99% impensável - não a muniu com seguranças pessoais, algo básico e banal para qualquer pessoa ~pública~, de grande representatividade e exposição. O tumulto gerado por sua chegada foi tanto que os seguranças do próprio aeroporto, com a sensibilidade de um rinoceronte, tiveram de intervir e praticar uma escolta improvisada, claramente sem o treinamento adequado para a situação. Mas, claro, culpa alguma reside neles.
Não é a primeira vez que temos notícia de perseguição exacerbada por parte de fãs. A maioria dos casos, inclusive, se centra em membros de
boygroups. O que salta aos olhos aqui é a ingenuidade de deixar Taeyeon e seu manager sozinhos sem a óbvia constatação de que ela chamaria atenção. Porém, repito, a atitude dos presentes é incompatível com quem se diz fã. Ou você acha natural isto?
E isto?
Mesmo sendo alguém acostumada a grandes públicos, esse cercamento genuinamente selvagem escapa do senso comum e transborda o egoísmo e falta de noção das pessoas para tirarem logro próprio - e o que mais irrita, não apenas neste espectro, é a deplorável ânsia em sempre carregar o celularzinho para filmar e poder mostrar ao mundo o que aconteceu. As pessoas não almejam mais a experiência do contato e, talvez, obter um diálogo amistoso. O que se busca é o reconhecimento e aprovação de ser diferenciado. Chocar.
Por que seria, para alguém que se considera fã (no dicionário,"indivíduo que tem e/ou manifesta grande admiração por pessoa pública"), mais importante causar desconforto e medo na pessoa a quem se adora, do que a confraternização? Mesmo que se faça urgente o registro fotográfico, não seria mais atraente, para a memória e ao produto imagético, vê-la sorridente, acenando, do que encolhida, com rosto apavorado e a passos largos para a saída? Não há, simplesmente, explanação razoável e coerente para quem faz isso.
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Fandoms costumam se chamar de família para criar o senso grupal de pertencimento. Na prevalência de casos como este, há de se reavaliar a significação do termo.
Seu ídolo não é um produto. Não é um rótulo, uma embalagem, um recipiente devoto a você e que lhe deve obediência pelas horas gastas a assistir vídeos ou dinheiro investido em produtos de uso pessoal. O privilégio é acompanhá-la(o). De nada adianta fazer militância contra abusos empresariais e descaso artístico, depredar quando as empresas fazem as Idols pedirem
desculpa por motivos irrisórios e sem culpa, quando ao ter chance, fazemos igual.
Isso apenas prejudica um relacionamento que deveria gerar prazer em ambos partidos. Apenas fomenta o afastamento alienado e a idealização inconcebível.
Afinal, é preferível ver alguém que você preze assim?
Ou assim?
Não é difícil escolher.
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