Girl's Day tem retorno sendo tudo que precisava ser.


Após a penitência imposta pelo terrível crime de "humilhar" um cara em algum programa por aí destes que você não dá bola e nem deveria, o AOA Girl's Day resolveu parar de adiar seu comeback em vista de aproveitar o hype do impeachment da presidenta macumbeira, tudo previsto pelo grupo previamente.

O resultado você confere no antônimo de acima:


A impressão geral que eu tive dos teasers, dada por vocês, já que sigo firme no princípio de evitar ao máximo qualquer material de divulgação, era broxante. "A era jazz", como vi muitos alegarem desanimadamente. 

Compreendo esta recepção morna, já que é quase regra que empreitadas no terreno requintado do jazz costumam gerar pretensiosismos infrutíferos ao invés de geleias degustáveis, que é o que queremos, afinal.

Mas vocês foram muito ingênuos e pessimistas por imaginarem que o Girl's Day cairia nessa, justo nesta fase da vida.

Um grande erro que atos "maduros" tendem a cometer é justamente quebrar a essência de sucesso de seu produto para tentar maturar sua figura em sintonia com o tempo. A Dream Tea parece ter tido uma observação de mercado melhor, e ainda que tenha derrapando feio em Ring My Bell, manteve a imagem das gurias em ordem para este esperado retorno, além de evoluírem a atualização de texto advinda de Female President. A ideologia feminista segue - e o som melhora consideravelmente. 
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Não para de crescer a bunda da coitada.
A trompetaiada característica do gênero, vejam só, é usada quase que em uma celeuma zombeteira oposta à classe esperada. Dane-se isso. Viva a farofa e as pernas do quarteto, um fator determinante em sua virada de jogo, há tanto tempo.

E ainda que esteja longe de seus principais hits, a despretensão de voltar com o mesmo espírito de quando partiram, sem aderir a uma provável obrigação de justificar a ausência com um hino atemporal, é o grande acerto. Salvo talvez a parcela da fanbase que ansiava por algo épico, o resto que se dá ao exercício de acompanhá-las não tem como sair insatisfeito. Os fãs, em geral, se alegram apenas de ver suas faves de volta. O público capopeiro recebe no mínimo uma farofa grudenta de um dos principais nomes da indústria, um respiro em meio ao apocalipse que assola os girlsgroups das antigas recentemente.
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E no fim, talvez seja apenas isso que a faixa deveria ser; descompromissada e divertida. Não deve figurar em posições altas em tops, marcar vidas ou angariar revoluções. Mas é pontualmente certeira.

No futuro - se houver um - talvez exijamos mais. No presente, a companhia de rostos e vozes (e pernas) familiares são bem-vindos.
Já deu dessas lentes, hein?!
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