AOA inicia 2017 em consonância a seu 2016: alto nível.


AOA teve um 2016 dicotômico; ao passo que se envolveram nas primeiras polêmicas de sua carreira e também tiveram o menor número de vendas em um single desde o início de sua popularização, em 2014, tiveram, em contrapartida, artisticamente, seu melhor período. Good Luck não tem a força de Like a Cat ou Heart Attack, mas EP por EP, suas b-sides são mais diversas e virtuosas. O mesmo vale ao catálogo nipônico das garotas; o duo com o velho sertanejo do TM Revolution e todo o Runway são bacanas e marcaram presença em qualquer lista das melhores do ano entre blogueiros do nicho.

Porém, como a FNC não é tão boba assim pra se perder nas riquezas do sol-nascente e deixar todo mundo esquecer da existência do ato na terra natal, após uma pequena preservação da imagem das meninas, elas voltaram para sua quarta promoção desde Abril e primeiro LP Coreano.

Para melhorar e chegar com tudo, chamaram de volta o tio velho do Brave Brothers, que já trabalhara com elas nos hits Miniskirt, Short Hair, Like a Cat e Heart Attack, e optaram por um Double A-side.

Confira aí (os MVs foram upados nos canais do AOA e da Loen. Encorporei os vídeos do canal oficial das gurias porque, em minha ignorância, acho que assim o rendimento é maior à FNC, e logo a elas.



Se ainda não perceberam, sempre que comento releases duplos, começo a review pelo que considero como o elo fraco do conjunto. Não confunda essa descrição, entretanto, com ruim. Bing Bing é notoriamente inferior a Excuse Me, mas ao contrário do que vejo plantarem por aí, não é um horror - não faço ideia o que alguém estava a esperar de um lançamento do AOA pelo Brave Brothers pra dizer que se decepcionou?!

Tudo bem que elas ampliaram sua miríade de conceitos ano passado e o próprio BB apareceu com umas loucuras improváveis para seu histórico - Deepened, Someone Like You -, mas é bem óbvio o que FNC e BB querem aqui: MAKE SOME MONEY, JYP BITCH! Ambos tiveram meses abaixo do esperado na Coreia em suas novas aventuras sonoras, então, nada melhor do que retomar uma parceria de sucesso pra encher os bolsos e retomar o prestígio. 
seolhyun aoa bing bing gif

E isso não quer dizer que Bing Bing seja genérica e descartável. Ela me lembra muito Sexy Cat no Enzetzu, do Musume - e é engraçado que quando fiz o post desta, a comparei com Like a Cat, do AOA -. Porém, a semelhança aqui não se atém à visualidade felina de outrora, mas sim à estética enegrecida, o sex appeal inerente aos envolvidos (e se eu tivesse ChoA, Seolhyun e Hye nas mãos, faria o mesmo), os elementos jazzísticos e o refrão entoado em Staccato para reforçar a sensualidade da canção. Mas, como já disse, estamos diante de uma Brave Sound Drop It, e esse engodo classudo é apenas um disfarce canastrão para nos entregar um Pop bagunçada recheado de couro, dance, e aos saudosos, uma visão de Jimin em sua totalidade, esganiçando-nos na intro, em seus raps próprios e em curtos berros durante o hook.

Mas apesar de eu achar bem interessante vê-las como mágicas, tudo soa mais como uma desculpa para fanservice mesmo, sem plot ou criatividade na direção ou figurinos. Em mim, funciona pelo lado do biaísmo e pode vir a ter êxito também por taradismo mesmo àqueles fora do fandom, mas a execução é cabível de insatisfação pelo desperdício da ideia.
Agora vamos ao prato principal:


Que coisa boa. Bó. Barbaridade. Se Bing Bing tinha seus méritos, mas sem nenhuma característica que a tornasse memorável, Excuse Me compensa e se mostra uma candidata precoce a grande longevidade pelos meses que seguirão; é o que chamamos de catchy. Grudenta, com batidas simples e chamativas, e, por favor, Cuse Me Cuse Me Cuse Me, que soam propositalmente a KISS ME KISS ME. Se você não ficar com isso na mente após escutá-los pela primeira vez, há algo errado com você. Com você. Não comigo. Eu estou certo. 

Os vocais potentes de ChoA são bem melhor aproveitados aqui. O timbre da loira é o mais identificável e conspícuo do ato, e esconder este vibrato é um crime. Aqui, ela faz o típico de tomar mais linhas com sua tonalidade carregada de uma paixão ingênua, melosa e sexy. E por mais que o MV seja filmado de modo que Seolhyun ganhe mais destaque, algo que tornou-se frequente devido a popularidade da moça, abrindo o vídeo, com várias cenas solo e o strip com decote no trem, é a velhinha do grupo que vence a disputa de chamatismo. Não apenas pelo timbre, como pelo físico avantajado, que muitas vezes os korebas imbecis confundem com gordura. Vem pro Brasil reinar, ChoA.
choa aoa excuse me gif

Tudo que Bing Bing falha, Excuse Me acerta e alavanca. E se as repetições do english chorus poderiam se auto-sabotar e tornarem-se obsoletas por mesmice, o break de Jimin entra na hora certa para dar um novo espírito à melodia e nos preparar novamente para as partes principais. É um arranjo pontual e confiante do Brave Brothers, usufruindo muito bem todo o talento e disposição das integrantes. Nota também pro MV, que ao contrário de sua antecessora, não possui apenas uma teoria boa, como uma representação vintage divertida que serve de eficiente acompanhamento ao que ouvimos, a síntese de um audiovisual bem feito, onde ambos - som e filme - se completam. 

Com o bônus de finalmente ter uma concorrência menor, algo que não ocorrera nos últimos releases, as chances de obter um hit e papar alguns Music Banks é alta. E merecida. Um bom inicio para 2017. 

Como é bom o tal do AOA. Ainda nem enjoei de faixas antigas e já tenho novas pra viciar. Elas já tão aí há quase 5 anos. Tá na hora de valorizar. 
seolhyun aoa excuse me strip gif

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