Top 9 - 2NE1!


Não sou muito fã de rankings. Iria deixar esse passar, assim como de outros disbands relevantes no ano, mas três pequenos fatores me fizeram mudar de ideia: a falta de pauta, o fato de eu nunca ter tido a oportunidade de comentar algum release do To Anyone e, afinal, que vocês gostam deste tipo de postagem - views fazem bem para este blogueiro.

Todavia, é válido dizer aos leitores que por acaso não saibam: eu nunca fui um grande amante de 2NE1. Quando entrei no kpop, em 2010, elas já tinham sua pequena rixa com o SNSD, e eu me identifiquei prontamente com o primeiro ato. Não, não quero dizer que as desgosto por brigas de fandom. Nunca fui desses, mesmo na adolescência, mas ao escutar os singles do grupo, para entender os motivos de tanto ódio por parte de sones, me deparei com Fire, Lollipop, I Don't Care, Follow Me, Clap Your Hands. São faixas que, com exceção da terceira, possuem uma qualidade bem questionável: um autotune deliberado para criar charme, mas excessivamente artificial, além da famigerada áurea elitista inerente a produtos advindos da YG.

Alguns lançamentos seguintes, principalmente o EP 2NE1, em 2011, me fizeram perder um pouco o desdém, mas nada que as erigissem ao panteão de minhas favs. 

Isso não impede, no entanto, de reconhecer a influência e importância do ato no cenário do K-pop. Popularidade e estilo que contribuíram para o Hallyu Ocidental e, ao menos por alguns anos, ditaram tendências que nos impediam de um mar de rosas kawaii, ao contrário do que tem-se hoje.

Então, para honrar sua memória, vamos ao Top com minhas 9 músicas favoritas do grupo. Sim, será um top 9 pois mais que isso estaríamos a adentrar o reino dos fillers, de onde quero distância.

Come Back Home 



Se a versão original de Come Back Home seguisse, em toda sua estrutura, o arranjo que possui até o primeiro refrão, talvez estivesse no topo da lista. O reggaeton melódio é harmônico e delicioso aos ouvidos, assim como faz mais sentido com a mensagem da letra. O que Teddy faz pelos 1:26 é um verdadeiro pecado para com o conjunto Ela ocasionalmente retorna ao ritmo inicial, mas a sensação de frustração é inevitável. Nem a boa Unplugged Version supre o desejo que seria ter um CBH sem as invencionices de seu produtor. Inventar a roda nem sempre é a melhor maneira de impactar o público.

Plus: acho a Dara incrivelmente linda com esse visual depressivo de cabelo picotado.

If I Were You


Baladinha nossa de cada dia. 2NE1, em seu curto catálogo, sempre fugiu de downtempos legítimos, mas diz a regra universal de que ao menos uma vez, todo artista deve enfrentar o obstáculo que é fazer uma balada sincera e não sonífera. If I were You consegue isso, um pouco pelos agudos dissonantes que Cl exibe na Live, um pouco pelo sentimento honesto que as meninas transmitem na apresentação. Não é um hino, não é a favorita de ninguém, mas é uma b-side competente, injustamente negligenciada e que merece respeito quando forem doutrinar futuros capopeirinhos. 

Scream



Um Gulty Pleasure culposo, mas ainda sem prazeroso. Ainda penso que o que me faz apreciar GRITO são os "Scream, aaaaaah aaaah" da introdução, mas é verídico que se for o caso, eles já me fizeram perder algumas horas da vida ao som da canção. De resto, sua sonoridade se assemelha mais com o os singles de início de carreira, com visuais cafonas e a já mencionada utilização ensandecida de autotune, mas com uma batida Dance que me pegou mais do que Fire, Clap Your Hands e Don't Stop The Music, por exemplo.

Let's Go Party



A despeito do título, Let's Go Party não é um dance frenético, lembrando até um Lounge em meio ao Pop. É como um projeto de Hate You, inferior a esta, mas ainda assim com seu valor. A intro em vários idiomas é divertida e a composição se contrasta bem entre versos e raps, onde Minzy rouba a cena.
I Don't Care



O slow-version de Fire é deveras superior ao debut e certamente o melhor esforço das integrantes nos primeiros dois anos de sua existência. Em uma época onde ainda havia a tentativa de criar história nos MVs do YG, I Don't Care é um girlpower disfarçado e pouco criativo, mas que se sai bem pelo controle de não apelar para alguma explosão a lá Come Back Home e o bom uso de palmas em concordância com os sintetizadores da backing track.

Lonely



Representante digno da mudança estílica que tomaram em seu terceiro ano, Lonely parece ser uma unanimidade entre fadom e capopeiros no geral. A atmosfera lenta ao som de violinos e violão é básica, porém casa perfeitamente com a vocalidade, desta vez com méritos maiores do timbre semi-fanho e suave de Park Bom, enquanto entoa as palavras de desilusão da letra.

Costumeiramente, sou crítico dos clipes sem tramas da empresa, mas os cenários e fotografia de Lonely, em seu eterno refletir e caminhar através da névoa, contribuem para o clima melancólico.
Ugly



Um dos pontos altos do incrível Ep de 2011, Ugly certamente seria o hino principal da maioria dos girlgroups por aí, o que não é o acaso aqui, o que simboliza a grandeza que o 2NE1 conseguiu atingir em seus poucos anos em ação, mas também a irregularidade de sua carreira, tendo em conta que nem conseguimos fechar o Top 10.

Ugly tem toda a atmosfera que parece ter sido criada para uma ballad - foco em vocais, um instrumental de início lento e letra dramática. Entretanto, é justamente fugir do genérico que torna Ugly tão boa quanto é; o crescendo da backing track, que assume tons de Pop Rock em seu clímax reverbera a letra e a indignação que transmite perante a impotência do desejo de ser bonita. Não há "fantasismo", apenas realidade, por mais cruel que seja.

Hate You



Enquanto muitos reclamam que Hate You peca pela falta de um refrão mais barulhento, eu a defendo justamente por essa característica. Follow-up de "I Am the Best" nos lançamentos digitais que antecederam o álbum, Hate You é a antítese perfeita pra cacofonia caótica do supracitado single. Um midtempo que, assim como Ugly, valoriza os vocais sem esmorecer ou melodramatizar sua composição, Hate You jamais chega a ter um ápice em intensidade, mas o ritmo e a boa dinâmica dos vocais (com destaque pra CL, que domina e mostra um bom talento sem se apoiar na voz robótica que marcou o começo do ato), em conjunto com os sintetizadores tímidos e com um QUÊ de futurísticos, resultam em uma experiência única e que merece sua nota entre as grandes produções do K-pop.

Uma pena é esse MV das Bratz.

Gotta Be You



Evidenciando o mau gosto do YG e dos coreanos, Gotta Be You foi o follow-up recheado de cores e efeitos para camuflar o baixo orçamento, que ficou todo com Come Back Home. Algo que é, obviamente, injusto, pois GBY é o ápice da piramide das meninas, curiosamente no que viria a ser seu último MV - em 20 de Maio de 2014!

Música da bad, da desilusão amorosa, da deprê. Porém, nada justifica o desleixo com que esse vídeo foi filmado, ainda mais pelo sujeito aleatória que simboliza o break-up. Como eu já disse várias vezes, felizmente, é a música que vai pro fone, e esta é um espetáculo. Se avaliada calmamente, até parece uma real homenagem ao grupo, visto a boa distribuição de linha entre as 3 integrantes que cantam e, incrivelmente, uma aparição pontual de Dara no pré-refrão, que diminui o tom para então entregar um clímax potente e impressionante. 

E é isso, meus queridos. Eu não sou o cara que chorou com o disband. Não sou aquele que vibrou com a aparição surpresa do 2NE1 no MAMA 2015, não sou advogado delas no twitter nem tampouco comentarista fervoroso no Youtube. Entretanto, como kpopper, é inegável o papel preponderante que desempenharam na popularização do gênero, provavelmente o segundo nome mais influente no Ocidente, atrás de você sabe quem. 

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