Por incrível que pareça, um dos melhores singles de 2016 é do Morning Musume.


A 9 dias para o lançamento de seu 62º single, Morning Musume liberou o terceiro e último MV que irá compor o Triple-A-Side - Mukidashi de Mukiatte/ Confront With Bare Nakedness/ Confronte com Nudez Nua, um título estranho, mas que faz um grande sentido com a letra sobre não ter vergonha de seu passado e enfrentar o mundo com coragem e honestidade, sendo você mesmo. 

Eu havia me surpreendido bastante com o quão divertida fora "O Discurso do Gato Sexy", com sua letra descontraída e um MV sendo a cara do lado mais deliberadamente constrangedor do Musume. Na contramão, "So Janai" colocou a expectativa no chão, evocando um electro anacrônico, no entanto pouco inspirado, sem força nos vocais e com um instrumental equivocadamente mantido em tons baixos, sem jamais atingir um clímax respeitável. 

Essa dubiedade dos releases deixava a questão se o novo single seria um respiro do insosso adeus de Kanon ou confirmação de outro ano abaixo da média das meninas. Felizmenteo que elas entregaram agora é digno das melhores produções do grupo, assim como de 2016 (sem hipérbole). Confira:



Não sei o que rola na Up-Front, mas parecem obstinados em acrescentar elementos de Dubstep o máximo possível no catálogo das garotas, logo pra um ato do Hello! Project e em pleno 2016. Já haviam tentado em In A Corner of a City Called Tokyo e até So Janai, sem êxito. 

No que poderia ser a tripleta do desastre, amém, acertaram. E de uma forma tão gratificante que expia os erros anteriores. 

Confront With Bare Nakedness (confront) mantém uma tradição que fora quebrada no discurso do gato sexy, de gravar clipes sem relação alguma com a letra, o que não pode incomodar fãs do ato, visto que 95% de seus vídeos são assim. Faz parte da piada.

O vídeo decepciona isoladamente pela falta de criatividade em camuflar o orçamento mais barato que um Doritos, já que todos os 10 reais semestrais para elas usarem foram parar nas fantasias de Sexy Cat no Enzetsu. Metade de sua discografia é composta por videoclipes trashs, porém espalhafatosos e ridiculamente fascinantes, no maior estilo Orange Caramel, o que não rolou dessa vez, por mais que os lúmens tenham seu estilo. 

Qualquer contra, entretanto, vai pro saco conforme a faixa desanda. Confront é um electro-hino que corrige tudo que as supracitadas City Called Tokyo e So Janai vacilaram; o instrumental inicia na atmosfera certa para ditar o que virá a seguir, mas ao invés de murchar durante a trajetória com uma batida que jamais empolga e fica na mesmice, aqui temos um crescendo - como o gênero deve ser (escute Flashback e todo o Dress to Kill para ter um excelente exemplo) - que explode num refrão forte, agitado e bem entoado em coro pelas integrantes, na melhor divisão de linhas que o Musume teve em várias gerações. A transição é fluida pelo breakdown do pós-refrão que rapidamente abre espaço para os versos que seguem a estrutura previamente descrita, em gradativo aumento até novamente explodir, encerrando em um dubstep que certamente a faz parecer curta o suficiente para valer uns 10 replays seguidos - no mínimo. 

Estou empolgadaço! Já que Musume provavelmente será o carro-chefe do H!P após o disband do C-ute, aparentemente podemos confiar num entretenimento garantido.

Para conferirem as capas das 6 versões disponíveis, cliquem aqui.



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