Não obstante em perseguir mulher durante o dia, homem estraga sua música. Do que estou falando?!

busan girls kayla 부산여자 csp

Hoje foi um dia intenso. A criação do formulário para descobrir os leitores tem sido um sucesso. Recebi uma quantia maior de respostas do que imaginaria, e estou muito satisfeito com o que tenho lido. Elogios, críticas construtivas e o que eu realmente queria, ter uma noção melhor do público, o que preferem e tals. Quando atingir um número específico de recebimentos, farei um post sobre.

Enquanto isso, porém, em meu ritual rotineiro de ócio webico, ao acessar o blogueiro Kpopalypse, me deparei com seu pacotão de comentários contendo 2 linhas de puro sarcasmo sobre as mais variadas e ignóbeis canções lançadas nos últimos dias. 

Entre alguns mainstreans bons e um montante absurdo de porcaria que faria o cenário fonográfico nacional parecer digno de bençãos, uma faixa em especial me chamou atenção.


Essa faixa tinha tudo pra ser uma pérola Nugu dessas injustiçadas que criam uma trajetória de respeito entre capopeiros infelizes que abraçam as trevas ocultas Indies flopadas.

O início evoca simplesmente o hino 4 Walls com sua batida de Deep House, o que não poderia ser mais auspicioso para uma música, afinal, ser comparado com f(x), na Coreia, é o equivalente Hollywoodiano de Stanley Kubrick,. E quando a expectativa não gera pressão, como é o caso aqui (ou alguém estava ansioso pra isso?), surgir do nada com características do que há de melhor no mercado é algo glorioso.

Porém, em nossa injusta sociedade, onde o mal prevalesse, deve-se sempre esperar o pior, e aqui ele começa aos 33 segundos sob a efígie vulgar de um homem adepto da ideologia Mano Zika.

O cidadão, em todo seu vestuário estereotipado que denota uma personalidade obscura e certamente escuta bum bum granada em casa, quando pensa estar longe dos olhares públicos, não apenas quebra o delicioso clima minimalista obtido pela backing track, como detona a melodia com esse rap horroroso que faz os iKON guys parecerem o Wu-Tang Clan. Sem ritmo, sem intensidade, completamente dissonante e deslocado do contexto visual e sônico. 

Caso não conheça o sujeito CSP, ele faz parte do duo CrispiCrunch, esses atos que em primeira vista, assim como Psy, parecem alguma esquete de show de comédia ruim, mas na verdade realmente tentam criar algum sucesso através do constrangimento e uma falsa percepção de qualidade. Escutem essa aberração e comprovem. 

Os versos femininos começam apenas em 01:04, esses que sim, parecem fazer parte da música original. Infelizmente, a tal de Kayla é a convidada do projeto. É tipo o rapper masculino que ameaça estragar vários solos femininos (I, Fly), só que em papel e qualidade invertida. 

Na voz de Kayla, temos um vislumbre do que Busan Girls poderia ter sido. A boa estética do MV também merece nota; disfarça um orçamento inexistente com tomadas externas em locais ensolarados e levemente bem ambientados, aparentemente em uma única tarde, o que dispensa uma parafernália técnica dispendiosa, e assim escapa de sair algo tão fuleiro quanto o debut do Sixth Sense

É claro, entretanto, que o homem, o vilão, o Nêmesis do bom gosto, o patriarca insistente que não percebe o molestamento intrínseco a seus atos, certamente sem a capacidade de perceber isso após uma vida regrada a man in power culture, macula todo o vídeo com sua presença aberrante.

E assim, Busan Girls, que poderia ser um Deep House agradável, se torna uma track incompleta, como se um fã bocaberta tivesse mesclado duas faixas distintas - uma boa e outra péssima - para criar algo, simplesmente, ruim. E frustrante.

Maldito homem.

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