A essa altura da vida, não preciso dizer pra ninguém que Red Velvet não é um grupo padrão, desses que a SM estabelece um conceito convencional e não altera por nada, para manter uma imagem imaculada.
Qualquer comparação com f(x) é válida, mas ao contrário do grupo de Krystal, o veludo vermelho já começou com uma salada de frutas musical logo em seus primeiros meses, com dois lados distintos e melodias incomparáveis, como Happiness, Be Natural, Automatic, ICC e Dumb Dumb.
"Mas e One of These Nights?"
Esse ninguém precisa lembrar da existência, né.
Após a derrapada monumental de seu comeback anterior, as garotas voltaram para explorar, novamente, seu lado Red, e o resultado você vê abaixo:
Assim como fora vendido, Russian Roulette é um synthpop, algo que elas ainda não haviam arriscado , e um gênero que eu aprecio um bocado, mas tem-se um revés: a perda de identidade que a faixa gera. Em todos seus releases, independente do estilo sonoro, as tracks quase sempre apresentavam algum cerne único - com exceção de Be Natural e OOTN -, seja com os MVs abstratos e psicodélicos, ou os instrumentais que evocavam elementos funk e de euro pop, tudo em uma miscigenação que gerava um conteúdo fantástico. Eram pequenas características usuais que juntas, criavam algo notório.
E em Russian Roulette, essa peculiaridade não ocorre. É um synthpop deveras padrão e que remete ao que outros atos têm lançado recentemente, principalmente Lovelyz e Oh My Girl, uma similaridade que não era perceptível até então, pois assim como o f(x), não é possível taxar as meninas em um nicho específico. Claro que um single mais encaixado em algo não derruba os dois anos de existência transitória, mas se considerar o 2016 que elas têm enfrentado, é uma situação inesperado e preocupante para qualquer um que aprendeu a amar e seguir o Red Velvet justamente pela experimentação e criatividade.
Essas críticas talvez tenham deixado a entender que eu não curti Russian Roulette, o que não é verdade. Em primeira escutada, fiquei deveras decepcionado, mas como diz um dos ensinamentos do Kpoppers, "não julgarás uma música após ouvi-la apenas uma vez", e quanto mais pressionei replay, maior foi ficando minha satisfação e agrado para com ela. Uma galerinha já tá berrando na internet a falta de high notes, o que pessoalmente achei acertado, pois eles ficariam dissonantes no arranjo, e não enfiarem uma bridge de rap no meio dos versos é pra se glorificar de pé. Os poucos solos de sintetizador e os grudentos "PiPiPi" são o suficiente para não deixar a faixa cair na mesmice.
Em suma, é uma track bacana e de qualidade, mas não parece algo feito pelo Red Velvet, e essa é minha maior reclamação.
O vídeo ficou divertido, com elas basicamente se matando e as metáforas visuais entre gato e rato, mas a edição cheia de bizarrices ainda é aquém do que vimos nos outros MVs do lado Red, como o icônico Dumb Dumb e suas analogias dadaístas. No que tange à distribuição em tela, é inegável a beleza das cinco, talvez o ato mais bonito do K-pop. Porém, há algo que sempre vou alertar: FALTOU IRENE, POXA!
Talvez role review do álbum, que conta com b-sides bem bacanas. Aguardem.
Ps: nem peçam comentários sobre o Bobby, por favor.
Ps²: as lives iniciam quinta, no M!Countdown.
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