A diferença entre os debuts de Bobby e Mino é a mesma entre iKON e Winner: um é uma porcaria, o outro não.


Jamais passou pela minha cabeça comentar debut solo de Bobby e Mino, mas aí ocorreram duas coisas divertidas:

1 - Fui ouvir Body meio que na obrigação masoquista que sinto como kpopper de não perder lançamentos, e surpreendentemente, eu curti a música.

2 - Ainda assim, não iria dispender tempo e espaço do blog para tal, mas do nada, enquanto lia o livro "Para Poder Viver" (que é muito bom, recomodadíssimo), tive um insight interessante de abordagem para mesclar ambos em um único post, e agora estou escrevendo isso de madrugada, ao invés de dormir pra aula que terei 07:30am. Prioridades, né.

Enfim, chega de enrolar.

Baseado apenas no que Bobby apresentou, eu iria ignorar seu solo assim como alguns políticos fazem com a constituição. A razão? Holup é, assim como 7 dos 8 singles do ikon, um completo lixo.

ikon surgiu como um "novo BigBang", mas a única semelhança entre ambos são as besteiras que os integrantes fazem. Só que enquanto os Bangs demoraram alguns aninhos para ligar o dane-se para o sistema, seus dongsaengs já estrearam cheio de polêmicas, como se fossem os donos da coisa toda (sendo esse Bobby um dos caras mais nojentamente arrogantes do conjunto, se auto-declarando o fodão do rap a todo instante).


Para piorar a conduta dos caras, as músicas não ajudam em nada a relevar seu temperamento. Com exceção de Apology, que é um midtempo controlado e audível, o resto é, sendo comedido, descartável. Sempre a mesma vibe badass vidalok de sempre, com a fotografia sórdida, os figurinos de gueto e mais clichês do conceito. Quando tentaram inovar, com WYD, saiu um treco que tenta mesclar algum Jazz com Pop e que certamente competirá com Dream pelo título de canção mais sonolenta do ano.

A maior conquista da carreira dos caras é bater Hello Venus como o grupo com pior aproveitamento de acertos de todo o capope. É algo de respeito e grande dificuldade, convenhamos.

Felizmente não sou stan de nenhum filho da YG, então não faço parte desses fãs malucos e revoltados por seus favs serem negligenciados em prol do ikon, mas até para mim é um pouco alarmante ver nomes muito melhores na geladeira desses sujeitos com tamanha desqualidade.

Aí o Bobby vem e faz basicamente uma faixa de ikon solo. É a mesma coisa. Os mesmos erros. A mesma atmosfera. Esbocei alguma surpresa quando a backing track iniciou, mas a mesmice do rap foi me afastando, e aí, ao chegar no inexistente refrão, mal podia esperar para fechar a aba.

Não vou nem falar de apropriação cultural pra não me irritar. Basta conferir a atrocidade com seus próprios olhos:



É uma catástrofe, mas ok, não altera nada em minha vida. Acho meio incompreensível quem glorifica o cidadão, mas vida que segue.

Porém, hoje, o Mino, namorado da Mina, também realizou seu debut solo, e pela primeira vez, dei razão aos detratores do ikon.



Isso é um rap, caras. Uma música madura, harmônica e bem cadenciada. Os versos e o instrumental se complementam. São bem conduzidos e degustáveis. Não é aquela sandice escalafobética do seu parceiro de produtora. 

Pode não ser uma invencionice, entretanto, acerta em cheio nessa velha parceria entre rap e EDM minimalista.

E olhando aos últimos singles do Winner, vemos o mesmo. I'm Young é méh, beleza, mas tanto Sentimental quanto Baby Baby estão entre as melhores de boy groups em 2016, ambas completamente diferentes entre si e igualmente competentes em suas propostas. E além do mais, Sentimental lembra muito mais o bom BigBang do que qualquer coisa feita pelo ikon, que talvez seja parelha com o que há de pior no catálogo individual do GD (e acredite, isso passa longe de ser um elogio).

É preocupante ver a agência preterir àqueles que realmente tem algo a oferecer por um bando de mimados sem respeito algum. Dá até pra justificar a irritação dos Winner Stans (acho que até as Blackjacks devem se sentir enojadas com a situação). 


Sinto por vocês, INNERCIRCLES (que diabo de nome horroroso), mas no final, eu continuarei acompanhando de camarote as brigas entre as fanbases desses grupos, algo que deve se acentuar pela frente, já que a continuidade do EXIT continua uma incógnita, pois a bola da vez pro tio YG se chama BLACKPINK.

E aos ikonics, mais humildade. No começo é aquela beleza: atenção total, promoções infindáveis. Mas logo o boss resolve focar nos novos adolescentes do mercado, e aí, se tiverem sorte, esperarão "só" dois anos por um novo comeback.

Se ele vier.

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