Stellar larga o simbolismo pra curtir o verão


E heis que após enganar seu enorme fandom com o súbito não release de Cry na hora programada, gerando revolta e comoção mundial e me obrigando a ficar preso e inclusive escrever um post sobre Hello Venus, a Entertainment Pascal resolveu finalmente lançar o MV de Cry, agora alterado pra "Crying" sem explicação alguma, em um sério caso de resignação com seu status flop.
Confira aí:


Como não vejo teasers, não fazia a mínima ideia do que o Stellar iria aprontar dessa vez (e muito menos que iriam vir de Brave Brothers, quase me afoguei na intro), e o resultado é tão diferente de toda a discografia delas que sem o MV fica complicado discernir o grupo. 

Entre Marionette, Vibratto e Sting, Stellar lançou um único concept não sexy, o tal de Fool, que além do habitual flop, foi ignorado pelos knetizens não terem o que polemizar nele. E se mesmo mostrando couro em excesso, elas vivem no limiar do disband, achei, naturalmente, que Crying fosse seguir o mesmo estilo. 

Não sei bem o que elas esperam que aconteça com essa mudança tão brusca de sonoridade e visualidade, mas a música ficou realmente ótima. Brave Brothers não é mais o Midas de antigamente, e o curioso é que isso tem ocorrido justamente agora que ele tem entregado produtos diferentes e realmente interessantes (Someone Like U e Deepened), e se recentemente o produtor entregou uma farofona típica, High Heels, Cry voltou ao novo Brave Brothers, com um Electro Pop bacana, viciante e realmente digno de atenção. 

Eu gostei muito de Sting, talvez o melhor PBR&B da massa de PBR&Bs que surgiram no começo do ano, mas Cry é Stellar fora de sua caixinha, tentando quebrar esse estigma que criaram de só fazer algum sucesso por exposição corporal, ainda que as canções também seja sempre decentes. A backing track tem uma pegada quase retrô e muito bem cadenciada com os vocais, sem ser atropelada ou muito acelerada, além de uma boa e orgânica transição entre a bridge e o último refrão, e seu ritmo acelerado ativa o power replay imediatamente. Eu já escutei umas 14x seguidas. 

O ponto fraco fica por conta do MV. Os vídeos do Stellar sempre foram interessantes pelos simbolismos e sarcasmos contra o hate e hipocrisia que recebiam, o que as diferenciava de grande parte dos atos que ficam rebolando e com movimentos óbvios de câmera, onde o clímax normalmente é um close no busto alheio. Cry tem uns 10% do espírito Vibratto, com algumas pernas e decotes discretos, mas o foco é mesmo as garotas se divertindo, Minhee dirigindo o carro que ela bateu durante as gravações, muito sol e um climão spring breakers hippie oitentista. No máximo podemos dizer que o Uppa empurrado na piscina é uma metáfora pros masturbadores que se deleitam nos MVs, mas depois as traem na internet com comentários infantis e maldosos. De qualquer forma, não tem nada de memorável como os últimos três clipes.

Em suma, eu adorei o title track. As meninas estão na seleta lista de atos que fizeram dois bons comebacks em 2016, junto com Gfriend mas temo pelo futuro do grupo. Em uma entrevista elas falaram que "sempre promovem com o pensamento de que será a última vez", e não vejo como dessa vez será diferente, já que todas as aventuras por conceitos mais leves tendem ao fracasso. Torço muito, mas estou pessimista.

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