Em L.I.E, EXID critica a falsa imagem pura coreana com a indústria do sexo. WHAT??????

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Você gostou de L.I.E, mas a pergunta é: você entendeu????
Vigora uma lei na Coreia do Sul em que vender ou comprar sexo é considerado ilegal. Ou seja, prostituição não é permitido por lá. Mas como dizia a antiga comunidade no Orkut: "tudo que é proibido é mais gostoso", e com essa mentalidade em mente, o negócio continua a imperar em níveis estratosféricos na clandestinidade.

Segundo esta matéria do The Wall Street Jornal, 270 mil mulheres coreanas trabalhavam na prostituição, ou seja, 3,5% de todas as mulheres na faixa dos 20 a 30 anos. A industria também deve seu valor estimado em consideráveis ₩14 trilhões (12,7 de doletas na época, e vou manter este valor por não ter números atualizados).
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Ainda de acordo com esse artigo do HallyuTown, 20% dos homens com idade entre 20 á 64 anos gasta em média média de 693.000 wons ($ 580) com sexo por mês (pornografia e prostituição). 23,1% dos homens e 2,6% das mulheres têm sua primeira experiência sexual com uma prostituta. Pesquisa de Universidade americana hein.

Também diz este site que fala inglês e você provavelmente vai acredita por isto, que o mercado do sexo já representou 4% do PIB do país, quando era algo legalizado e contabilizado. Segundo o governo, cerca de 500.000 mil mulheres ainda trabalham desta forma, número dobrado pelas contas da Associação Feminista Coreana. Se isso for verdade, 1 a cada 25 mulheres vende seu corpo por dinheiro. São números muito discrepantes e fica difícil elaborar algo mais conclusivo que não seja: tá ferrado, hein.

Caso queira se aprofundar, só clicar nos links, não vou mais escrever sobre aqui se não este post vai virar outra coisa. Mas, em conclusão, a coisa tá feia no quesito prostituição ao lado sul do Paralelo 38.

Mas o que diabos exatamente isso tem a ver com o Comeback de EXID?????

Enquanto o povo dos comentários no YouTube se xinga incansavelmente em uma tentativa virtual de replicar a Ilíada pra decidir se L.I.E é ou não uma música boa, se as garotas inovaram ou não ou se elas camuflam falta de talento com exposição corpórea para manter o público alvo refém, eu vos digo: esse vídeo é uma clara analogia e crítica a tudo que lhes comentei na introdução, e portanto g.e.n.i.a.l.

Ou não.

Vamos lá...



Qual a imagem que a Coreia te passa?! É normal ver kpoppers e whatever soltarem aos ventos seus desejos de morar no país, como se a vida lá fosse maravilhosa e você fosse topar com a Taeyeon na padaria, no mercado e no açougue. Isso se deve, além de uma ingenuidade invejável, a uma inteligente divulgação de imagem. Você vê os MV's, assiste os doramas e logo se apaixona pelo universo demonstrado, pelas pessoas belas e o Oppa gente fina.

Uma simples aprofundada torna óbvio que a realidade não é essa. Qualquer nação busca transmitir, através do entretenimento, seu lado bom. Turismo e reputação dependem muito disso. Países como Coreia e Japão conseguem, majoritariamente, desviar seus gritantes índices de suicídio, abandono infantil, prostituição, machismo e outros problemas por justamente focar em aspectos fantasiosos, mais kawaiis e idealizados. O Brasil também é assim, só que a situação aqui é tão vergonhosa que nos tornamos meme mundial de constrangimento.
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Só que estamos em 2016 é uma simples busca googlonica pode nos contar o lado negativo destes locais, mas quem disse que as pessoas fazem isso?! Enfim, as intempéries existem na Coreia, sendo o comércio de sexo um dos mais alarmantes. Disfarçado, mas presente.

No começo de L.I.E, vemos um suposto casal com máscara de serial killer chegando no " Budapeste Exid Hotel", pois ser frentista em Hot Pink não deu lucro, para serem recepcionados por LE e receber a chave de um quarto pela provocante Hani.
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Após isso, o MV parte pra uma montagem rápida com sucessão de quadros frequentes entre o hotel e as integrantes, que obviamente, assim como o fazem desde Up & Down, e provavelmente o farão enquanto chamar atenção, apresentam figurinos fetichistas - uniformes, dã - e abusam de expressões provocativas e insinuações inocentemente sugestivas.

No fundo do coração todos temos consciência do seguinte: tão sabido quanto o fato de que Sistar fará singlezinho genérico de verão, é de que independente do conceito desse comeback de EXID, ele seria sensual, e por isso grande parte dos sábios Netizens já entrou com o pé esmagando.
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E você pode fazer isso, pode as acusar de lascívia, voluptuosidade, estagnação artística e apelação ao invés de identidade, sem se dar conta também de que Every Night, uma baita música e mais adequada a padrões morais de 1950, flopou terrivelmente. Pode dizer como Hani mantém o sorriso torto gerador de ereções de sempre. Como LE imitou Yezi na banheira ou como Hyerin ficou cute cute de camareira. Você pode interpretar a letra como mais uma dessas que retratam traição masculina e indignação feminina. Ou, você pode OPEN YOUR MIND e pegar a mensagem por trás disso tudo. Sua escolha, Padawan.

Se resolver abraçar o lado metafórico da coisa, verás que o conceito fará todo o sentido. O casal chegando de máscaras pode representar essa política ainda falha sul-coreana, que esconde a realidade das adversidades, assim como os cidadãos que continuam a usufruir de bordéis e estabelecimentos mascarados, enquanto levam uma vida comum no dia-a-dia, como pessoas ordinárias e virtuosas.

As garotas do EXID interpretam justamente as profissionais, que agora, para bancar seu sustento desta maneira, escondem sua real profissão, mas sem perder os traços característicos que servem de pista para sua intenção. Por isso as pernas, as bundas e as expressões sensuais - ou qualquer que seja o objetivo da boca semiaberta de Junghwa.
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Até a fotografia do ~hotel~ serve para isso. As regiões onde funcionam casas de prazer são chamadas de distritos de luz vermelha, recheadas de neons azuis e naturalmente, vermelhas, a cor da sensualidade, da excitação, do perigo (até arrepiei).

O azul marinho, que preenche o quadro por vezes, contornando o vermelho, pode simbolizar várias coisas: a inocência, baixa idade com que mulheres entra na indústria, que as garotas têm sonhos e estão ali por falta de opção. Mas como está estampada na camisa do homem e no exterior do prédio, penso que colocar uma cor extremo oposta ao vermelho, é, mais uma vez, um artifício para driblar a realidade, pois o que parece, nem sempre é.

E no final, a imagem passada pelo país continua sendo de pureza e desenvolvimento progressivo sem transtornos de segundo mundo, algo que como a letra ecoa repetidamente em seu versos finais, não passa de uma...

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Ou talvez eu esteja apenas viajando e elas só queiram mostrar o quanto são gostosas. E bah, como são.
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Ah, e a música isoladamente, curti. Tem uma pegada da intro de We Can't Stop da Miley e de Bitch I'm Madonna, um drop bacanudo e um refrão de grude fácil, mas menos viciante que Ah Yeah e Cima/Baixo. Buuut, com um MV desses, funciona muito bem. Vai pro SD.

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