O K-pop que você conhece vai acabar? Uma análise do que está mudando na indústria que conhecemos.

Uni-vos, Capopeiros, Novos Tempos Estão Chegando.
Ps 1: os três primeiros parágrafos são uma digressão proposital da abordagem central do post. Têm sim, sua utilidade, mas caso queira ir mais diretamente ao assunto, pule para o 5º (sem contar este que estás a ler).

Ps 2: todas as conversões para dólar ou real estarão de acordo com o preço do dia 26/05/16.

Ps 3: o post acabou ficando maior do que pensei, então o dividi em 6 partes expostas no próprio texto. Quando chegar nelas, pode pausar a leitura e iniciar em outro momento tranquilamente, sem consumir tudo de uma só vez.

Ps 4: o post está cheio de gifs e imagens aleatórias pra dar a ilusão de pouco tamanho.

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 Capítulo 1 - Introdução ao Apocalipse

Em algum ponto entre Junho e Julho - a data exata nunca saberei :'( -, hão de completar-se 6 anos desde o bendito dia das férias de inverno do primeiro ano de ensino médio onde eu, em uma daquelas jogadas do destino que serão um mistério eterno, deparei-me com uma tal de Gee. de um tal de Girls' Generation. Como grande parte de meu círculo social, eu era um desses cabeludos que usava camisa do AC/DC e ouvia Metallica de maneira ensurdecedora em fones de ouvido baratos num extinto Sony Ericsson.

Se o meu eu, então com 14 anos, tivesse o mero vislumbre de seu gosto musical dali quase 6 anos, ficaria incrédulo, e no contexto da época, até constrangido. Como alguém que passava tardes em companhia de Angus Young, Freddie Mercury e Mark Hoppus iria se tornar um viciado em k-pop? Era algo completamente diferente. Colorido demais. Dançante demais. Pop demais. Em meu pensamento limitado e influenciado de imberbe, feminino demais.

Após ler isso, você pode imaginar minha reação ao escutar os primeiros "Gee Gee Gee Gee, Baby Baby". Ojeriza total. Imagine só que iria gostar daquilo. Imagine só a reação dos amigos! Um absurdo! Logo fechei a aba do Youtube, mas aquele refrão, aqueles rostos foram lentamente, preenchendo meu pensamento. "Eu preciso ouvir novamente, só pela curiosidade, não por apreciar". Que falácia! Creio que no máximo três semanas após aquela fatídica tarde, era um Sone, no pior sentido da palavra. Sabia o nome as integrantes, idades, aniversários, e me arrisco a dizer, até a coreografia de Into The New World. Além, é claro, de possuir sua discografia altamente escondida em pastas e mais pastas ocultas.

O resto é história. Se aprofundar no gênero foi algo natural. T-ara, 2NE1, f(x), Kara, Super Junior, Big Bang, Wonder Girls, After School. Todos bombavam na época. Nada de EXO, BTS, Red Velvet, AOA ou Twice.

Mas o que todos esses parágrafos têm a ver com o título? Apenas pra dizer, meus caros, que quem mudou - não tanto quanto eu, por enquanto - foi o K-pop em si. O foco do texto é dialogar sobre as alterações sonoras do K-pop, mas antes disso precisamos falar sobre a mudança de mentalidade que eclodiu no início da década.

Dos grupos que citei, a maioria combaliu ao tempo, ou só aguardam o caixão ser selado. Kara deu adeus. 2NE1 passou os últimos anos em hiato e perdeu Minzy. Wonder Girls é basicamente um grupo de nicho, apesar de continuar em alto nível musical. After School não tem dinheiro pra voltar. f(x), coitadas, estão entre as melhores coisas que o k-pop criou, mas a SM ignora isso, além de perder Sulli. T-ara foi derrotada pro sensacionalismo e praticamente virou um C-group. De todos esses, apenas Big Bang e Super Junior - ainda que SuJu já tenha visto dias melhores - continuam com prestígio. É um retrato do latente machismo da indústria, mas o assunto não é esse.

Mais: SNSD, com imagem impecável de como um girl group deveria ser, a vitrine do K-pop para o mundo, perdeu uma de suas principais integrantes de maneira até hoje obscura. DBSK viu 3/5 de suas partes debandarem. EXO mal surgiu e já se envolveu em polêmicas chinesas. Essa semana Jia largou o bonde da Suzy e Raina anunciou seu fim, algo nada surpreendente.

É um cenário quase apocalíptico, inimaginável anos atrás, onde Idols, que são apenas commodities para empresas, deveriam manter uma imagem imaculada, impecável, pura e de cabeça baixa perante as exigências e abusos dos engravatados.

Sim, os Idols são nada mais que produtos na visão de SM, JYP e YG's da vida. Por isso tantas restrições, agendas inadmissíveis e a constante pressão de manter-se na linha.

São produtos pois o K-pop é uma indústria capitalista, movida a dinheiro. Em busca do lucro máximo. Claro que há a magia e o romance dos fãs, mas a alta cúpula, enquanto sorrimos ao vermos nossos ídolos dançando, fazendo Aegyos ou vencendo um Music Bank, ri de nós.

Capítulo 2 - É Tudo Culpa do Capitalismo!

Dito isso, você sabe por que os grupos promovem com tanta frequência no Japão, muitas vezes abdicando de seu sucesso na própria Coreia, mesmo que vendam menos por lá? Porque vender pouco no Japão dá muito mais dinheiro que razoável/bastante na Coreia. Um bocado mais, principalmente na época em que o Hallyu atingiu seu ápice, entre o fim da década passada e o início dessa.

O Japão é caro, bem caro. Os impostos de produtos como DVDs e CDs por lá são enormes, mas o povo compra. Mesmo sendo uma pequena ilha, é o maior mercado fonográfico do mundo. Mais que dos EUA. Contribuem-se a isso os índices abaixo da média de pirataria devido a vigilância severa do governo contra ilegalidades webicas. Não é à toa que vídeos com músicas e covers de anime são constantemente removidos do YouTube, MV's legendados têm seu áudio retirado e etc. É também o único país que trabalha tanto com PV's. Se quer a versão completa, vá comprar!

Em uma rápida pesquisa datada de 2013, obtive a informação de que um CD, na terra do Jaspion, costuma sair em média por $(dólares)30 (não sei a veracidade disso, mas li que é ilegal vender um CD por menos de $25), e uma música no Itunes em torno de $2,27. O país também é conhecido pela grande quantidade de consumidores fanáticos e a anacrônica do mercado de discos físicos ainda prevalecer ao digital.

É difícil tomar alguma conclusão apenas com esses números, então agora vou lhes apresentar ao sistema fonográfico Coreano para verem a discrepância monumental que justifica as aventures In Loco dos korebas no Japan em busca de lucro.

Na Coreia, o sistema mais utilizado é o de assinatura mensal de serviços musicais, como o Melon e a Mnet. É assim, você paga um preço de acordo com o serviço desejado e desfruta disto. Como o Netflix.

A diferença está nos preços. E acredite, é absurda. Até 2013, por 3000 Won ($2,54), você tinha acesso ilimitado a streamings de todas as músicas do serviço. Esse preço subiu, três anos atrás, para 6000 Won ($5,09), 100%, pois o lucro das empresas não estava sendo compensado.  Segundo o criador da SM, Lee-Soo Man, nem um milhão de vendas tiravam o gasto de produzir um MV de bom nível. E a partir de Setembro, vai aumentar para 7900 Won ($6.70).

Os valores acima são para Streaming. E para download? O preço unitário para velhos assinantes é de 600 Won ($0.50), mas para novos inscritos sofreu um aumento de 100 Won, passando a 700 Won ($0,59), preço que entra em voga para todos a partir de Setembro.

Você tem noção disso? Vamos citar, por exemplo, essas últimas semanas insanas, onde tivemos lançamento de debuts de Tiffany e Jessica, Save Me e Fire, do BTS, Find Me da Hyosung e Good Luck, do AOA. Caso quisesse, poderia comprar todas por pouco menos de $3. Enquanto isso, uma única canção dos EP's de I Just Wanna Dance ou Good Luck, no Itunes, sai por 1,29$. Pode parecer pouco, mas são $0,70, multiplicados por centenas de millhares. Sem contar a discrepância de preço dos álbuns e outros produtos licenciados, talvez até preço de shows, quais infelizmente não tive acesso.

Pra terem ideia, com Gangnam Style, 2012, quando a situação era muito mais crítica (3000 Won, não esqueçam), Psy, com 2,86 milhões de downloads e 27,32 milhões de streams, arrecadou cerca de 10.7 Won por download e 0.2 por visualização. Enquanto isso, nos EUA, o gordinho arrecadou um equivalente módico de $2.8 bilhões por 2.9 milhões de Downloads.

Como o objetivo da existência de girls e boysgroups é produzir renda, os executivos precisavam achar novas maneiras de encher os bolsos que não na Coreia. E aí temos o Hallyu. E que país melhor do que o Japão, maior mercado fonográfico do mundo, com menos restrições culturais e fisionômicas em relação aos coreanos para "invadir".

Entre 2008 - 2012, o Hallyu teve seu ápice. Quando a disparidade entre preços era surreal. Isso explica por que grupos como U-Kiss, BoA, SNSD, Kara e TVXQ construíram uma carreira tão forte por lá.

O DSBK é o exemplo de maior sucesso dessa migração. Desde 2005, quando debutaram na terra de Goku, lançaram 43 singles japoneses contra 31 Coreanos (contando os projetos em conjunto com SM Town, CF's e Christmas Songs). Mesmo após a ruptura do grupo, continuaram, anos após ano, como ato de k-pop entre os mais vendidos na Oricon. Seus álbuns nipônicos conseguiram, no mínimo, um um certificado Gold (mais de 100.00 de unidades vendidas).

Nota: assim como na Coreia, no Japão são lançados trocentas versões diferentes do mesmo álbum.

Kara e Snsd, entre as garotas, são certamente quem mais atingiram êxito nessa enveredada. Shows e mais shows, vários certificados Gold, Platina (250.000 vendidos), 2x Platina (500.000) e Super Girl, segundo álbum japonês do Kara, conseguiu um 3x Platina (750.000). Um feito e tanto.

Capítulo 3 - A Queda do Hallyu.

Mas o Hallyu começou a mitigar, e após 2013, tirando TVXQ, as vendas de atos coreanos começaram a cair vertiginosamente. Não surgiu nenhum super hit estrangeiro por lá desde então. O por quê? Saturação. Parecia um sucesso fácil, e aí qualquer grupinho de qualquer empresa começou a fazer as malas e aterrissar no Japão. Não dava mais, e aliado a isso tem-se a crescente de popularidade dos PQP's48 (e eu sei que não inventei essa expressão), E-Girls, MomoClo e o que quer que seja.

Apesar do K-pop ser uma reinterpretação Koreba do que já havia no próprio Japão e nos EUA, as invencionices que deram um tom único aos grupos conquistaram os habitantes da terra do sol nascente, mas logo não era mais novidade, ainda mais se havia produto nacional para suprir a demanda. O patriotismo é forte. Isso também explica - um pouco - o fim do Kara, que se sustentava, ultimamente, no Japão, e com uma popularidade ínfima em ambos países, chegou ao fundo do poço. Outros, como SNSD, Big Bang e BoA, souberam administrar melhor as divulgações em toda Ásia, sem tornar-se dependente de um único mercado.

Claro que ainda hoje há shows gigantescos - principalmente com as ex-9 - e grupos investindo forte no Japão, como AOA. Entretanto, nem sombra do que fora outrora.
O post é meu e coloco a ChoA onde eu quiser.
E então os executivos precisavam buscar um novo mercado, e foram pra América. É óbvio que nunca atingirão tamanho sucesso no Ocidente. Possuem fandons fortes e numerosos, mas coisa de nicho. 90% das pessoas que terão contato com I Got a Boy, Fantastic Baby e I Am The Best vão odiar. É fato. Você já deve ter passado por isso com seus amigos.

O fato é que o K-pop sabe se adaptar. Enquanto o foco era o Japão, a maioria dos garotos lembravam e muito os Arashi's, assim como o excesso de cores, o EDM, conceitos. Tudo tinha uma pegada única Coreana, mas pontualmente adaptável aos vizinhos japoneses. Como J-pop e K-pop possuem essencialmente muita similaridade, isso não era tão perceptível, mas...

...só que isso não funciona no Tio Sam. Para ganhar atenção de Hollywood, um mudança de estilo mais radical está sendo praticada, e como a musicalidade entre os dois extremos do globo se diferem muito, ela é mais nítida e tem chocado tanta a velha guarda capopeira.

Como sabem que o K-pop clássico não funcionará nos USA? Simples. As empresas mais fortes já tentaram, timidamente, espalhar sua marca no Obama, mas falharam mais que a Jessica no Baseball.

BoA já teve debut Made in USA. Flopou tristemente, mas virou gold no Japão (2009). E sejamos sinceros, a SM tem muita culpa nisso. A impressão é de que o medo do fracasso era tão presente, que temendo estragar a artista - e sua marca - indelevelmente, não arriscaram chamar muita atenção e lançaram a insossa Eat You Up. EDM total. Ok, a música tem seu valor, mas o MV parece algo rejeitado pela Avril Lavigne em início de carreira. Parece que a galerinha do marketing assistiu o seriado "Oz" e achou que era a realidade ideal do país.

As Wonder Girls - sim, elas! - têm até um feat. Akon na discografia, em 2011. Sabia Dessa?! Essa eu gosto bastante, e até parece algo nativo, retrô. Mas, novamente, o MV dá câncer. Essa tentativa de criar uma história com a introdução foi inteligente só na teoria, porque na prática, mais uma vez, percebe-se a inexperiência dos caras em trabalhar com outra cultura. Os figurinos só não são mais constrangedores que os de 4Minute em Mirror Mirror. O máximo que deve ter ocorrido é alguns adolescentes se juntado pra tirar sarro e aumentar o preconceito com o gênero oriental.

Depois disso, houveram alguns ocorridos insignificantes o suficiente pra não valerem menção - com exceção, talvez, a Black, de GDragon com Sky Ferreira -, e no momento, temos a CL, que meio que abandonou o 2NE1 pra virar americana. Tudo parece calmo, mas não se engane, pois no lado Sul do Paralelo 38, o que se vê é uma Ocidentalização do K-pop.

Capítulo 5 - O Novo K-pop.

Calmim. Primeiro que não estou dizendo que isso nunca havia ocorrido. O K-pop sempre teve certa inspiração USA, inclusive em várias regravações, tampouco a versatilidade e genuinidade coreana vai acabar, mas no momento, a música passa por um momento de adaptação, para tornar-se vendável não apenas para o nicho que já é fã do estilo há tempos, como eu e você, mas para pessoas de gosto convencional. Fãs de Taylor Swift, Britney Spears, de David Guetta, de Calvin Harris, Beyonce, Fifth Harmony. Inclusive a utilização de produtores ocidentais está cada vez mais assídua. Até AOA abandonou o Midas Brave Brothers pra trazer sangue novo.

Não é por nada que nos últimos dois anos, especialmente neste 2014, vemos uma mudança tão brusca nos lançamentos. Infindáveis atos de R&B, duetos mela cueca com tons pastel, um Pop menos excêntrico (não espere mais conceitos com cabelos enormes e roupas ridiculamente adoráveis). Podemos citar I, da Taeyeon, I Just Wanna Dance, de Tiffany, com sua versão english remix. 4 Walls, do f(x), Fly, da Jessica, o Station de Amber com Luna, a trilogia Crossing da própria Amber, toda em inglês. O último comeback de Winner, algumas músicas recentes do BTS e Got7, os solos do Big Bang, que soube se reinventar como ninguém em canções que misturam elementos antigos com modernos. O Rap também nunca foi tão popular, com Dynamic Duo e Beenzino dando o que falar nos EUA, Epik High em Coachella. Sem contar Mad Clown, Yezi, Iron e outros recentes, criados com essa nova mentalidade.

É mais fácil contextualizar essa transição vendo o Top 10 de músicas mais vendidas desde 2010:


Achei essa lista no fórum do AKP. Não acho que está totalmente certa, mas na falta de bases mais confiáveis, vai ter de dar.

Sem mencionar a queda drástica nos números, é gritante a mudança de som entre os líderes de respectivos anos. 2010 e 2011 é lindo. É o que todo velho capopeiro queria ver para sempre. Miss A e T-ara, quem diria, com dois dos maiores hinos ever, e com a essência total do k-pop "de raiz". Lonely, I Am the Best, Danger, Oh!, Hoot. Penso se um dia veremos coisas assim novamente.

2012 e 2013 são exceções. O fenômeno PSY nunca mais se repetirá, Impossível. Foi uma conjuntura de fatores inesperados e inexplicáveis. Nem ele próprio apostou em tamanho sucesso. É esquizofrênia demais até para a terra de Crayon Pop. Maaaas, virou global como nunca. Pelo escracho, ok, mas qualquer produtora mataria pra repetir o feito. Lembrem-se que ele fez bilhões $$. De resto, 2012 é K-pop total, enquanto 2013 já traz várias baladinhas, algo cada vez mais recorrente nos charts. Nunca teminhas de dorama estiveram tão em voga (sempre fizeram sucesso, mas é nítido como a quantidade aumenta ano após ano).

2014 é assustador e o ano em que a sensação de que "algo está diferente" deixou de ser impressão. R&B pra todo lado, balada melosa ganhando de monstros consagrados. Muitos profetizaram o fim do K-pop neste ano, mas um equívoco tremendo. Em 2015 as coisas deram uma normalizada e equilibraram bem o velho com o novo. Bae Bae e Bang Bang Bang são old feelings, enquanto parcerias midtempos como Shouldn't Have e Leon devem tornar-se mais frequentes. Ao menos é o que 2016 aparenta, pois estão cada vez mais corriqueiras. Perdi a conta de quantos membros do EXO se espalharam por aí nesses duetos. Eles sempre existiram, mas não no número e quantidade de hoje, ainda mais com tantos artistas high profiles envolvidos.

Poxa, o K-pop vai morrer? Claro que não. E também não é tudo culpa dos imperialistas americanos. Quem pensa assim são os norte-coreanos, por favor. A mudança também vem de dentro. Reparem os números nos rankings. Cada vez menores. Os motivos não sei, não sou um gênio pra bolar esquemas e explicar tudo, mas podemos teorizar.

Entre 2010 e 2015, pouquíssimos nomes se repetem. Sistar, Big Bang e IU são poucos dos remanescentes. Miss A, T-ara, SNSD, 2NE1, antigos donos do K-pop e responsáveis por trazer tantos Ocidentais para este mundo, não têm mais a mesma influência e poder de antes. As vendas caíram pela metade, o tempo passou, a nova geração de grupos está aí e o povo quer novidades. É triste, mas revoluções culturais se dão assim. Na busca por inovações. E é difícil para estes atos mais velhos se adaptarem à nova realidade. Os com mais nome, como as Girls' Generation, possuem reputação para perdurar, mas é privilégio de poucos.

Há também um fator quase exclusivo dos coreanos: rostos novos e mais juvenis. A beleza é essencial em qualquer ramo de entretenimento, mas no K-pop muitas vezes é superior aos talentos vocais dos envolvidos. É normal ver Tzuyu ganhando enquetes populares contra nomes sagrados tais quais Yoona e Suzy. O rosto é e será por um bom tempo imprescindível nesse ramo, então é melhor parar de se estressar porque sua Bias ultra talentosa e fantástica não ganha 5% das visualizações que Twice. Akmu, Lee Hi e Davichi, nunca serão o que merecem.

Capítulo 6 - Tudo Depende de Você!

E agora um fator capital: muitos de nós, se não todos, estão acompanhando sua primeira transição de geração, por isso o choque. Poxa, SNSD e 2NE1 vão acabar um dia? Pode crer que vão, e não falta muito. Logo nos acostumaremos a isso, mas o primeiro adeus é sempre o pior, pois foram quem nos conquistaram. É a rotação natural da coisa, e quando o físico é tão exigido como no K-pop, ainda mais acelerado.

As empresas também preocupam-se, pois está cada vez mais difícil fazer nome e status suficientes pra sobreviver. Alguns apostam no retrô e conseguem, como Gfriend, que utiliza de um White Aegyo "copiado" de SNSD e que as Soshis não fazem mais por razões óbvias. Apink e Lovelyz também surgiram assim, e o próprio SNSD pegou elementos da geração anterior à sua, como Fin.K.L e S.E.S, apenas aprimorou com mais poderio financeiro e carisma, o que lhe forneceu alcunha de "criador". É um conceito antigo e agora revitalizado, assim como um dia Gfriend terá de abandoná-lo e outro assumi-lo, e então o fandom lamentar como estamos fazendo agora.

Inegavelmente mais Ocidentalizado, mas o K-pop vai seguir existindo. O pertinente é se nós continuaremos como Kpoppers. Uns podem gostar dessa mudança, outros nós. Eu tenho minhas ressalvas e lamentarei até a morte quando f(x) e SNSD disbandarem, mas estou igualmente ansioso para ver o que Red Velvet, Gfriend e BTS farão no futuro, assim como os grupos que hão de surgir. O k-pop soube se adaptar, agora é com você.

Cansou? Imagine eu.

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