Com Good Luck, AOA Segue sua Escalada na Parede do K-pop

E Sem Hey!
Antes de mais anda, já vos adiando que vou gastar uns três parágrafos contando as peripécias que passei para conseguir assistir esse MV e dar uma dissertada de leve sobre a nova polêmica dos Netizens para com AOA. Se quiser pular direto para comentários musicais, pule para depois da imagem de Jimin.

Então, eu fui dormir lá por 07:30am (o título do Blog não é à toa) com o despertador programado para me deprimir 11:00, em prontidão para o showcase prévio ao lançamento do MV de Good Luck. Acordei certinho, afinal, ver as meninas compensaria qualquer dano cerebral provocado pela frequente falta de sono, mas eu não contava com um pequeno problema: nada de luz nessa cidade maldita.

Ela voltou exatamente 14:45, e então fui, desesperadamente, conferir o MV, e para complementar meu bendito dia, o vídeo havia sido supostamente removido dos canais do grupo e da Loen. Os porquês? Bem, se você vive no mundo do K-pop, sabe que rolou uma polêmica no último episódio do AOA Channel, o reality atual das Angels, onde Jimin e Seolhyun cometeram o pecado mortal de não reconhecer uma imagem antiga de uma figura importante na história da Coreia. Povo patriota como são, as duas foram vistas como ignorantes e desrespeitosas para com a nação, como se todo o povo fosse um poço de conhecimento e se importasse com isso. 

É mais um desses motivos bisonhos para fazer furor e desmerecer a imagem de Idols. Quem aí vai saber reconhecer uma foto de Luís Carlos Prestes ou um retrato de Tiradentes? Aposto que quase nenhum de vocês - nem eu, antes de procurar imagens, :) - e francamente, grande b*sta. Isso também não quer dizer que seus feitos não sejam sabidos e valorizados. As pessoas costumam confundir e misturas as coisas tendenciosamente em busca do próximo Girl's Day.

Escrevo isso para relatar sobre duas teorias conspiratórias alegando o motivo para a remoção dos clipes:

1º - A Sprite, patrocinado da Seolhyun, que tá mais famosa por lá do que o presidente, numa tentativa de desvencilhar sua imagem de personalidades tão descomprometidas com a identidade nacional, ordenou a retirada de sua marca do vídeo.

2º - Essa foto:
(Deixe Aqui Seu Riso)

Eu tirei essa hipótese de uma conversa whatsábica. Por mais absurda que seja, vindo da Coreia e seu critério de censura mais sem padrão que o plenário nacional, não dá pra duvidar. Ainda assim, espero que seja essa a razão, pois caso envolva o assunto do Channel AOA, creio que possa atingir proporções maiores e deixar um prejuízo indelével no histórico das garotas. Quem vive no gênero há algum tempo sabe que qualquer picuinha pode afetar a imagem de atos consolidados ou não. Seria péssimo para a contínua ascensão delas.

Agora vamos ao MV:



Ouvir a introdução de Good Luck é como você, após ter passado toda a vida comendo sorvete de Flocos, receber, sem aviso algum, um pote sabor menta. Nada de Hey Hey! ou Brave Sound, Drop It! na voz de Jimin, intro que era marca dos comebacks de AOA desde 2014. Já que tá todo mundo decidiu abandonar Brave Brothers em 2016, por que seria diferente com elas?!

Mas afinal, é uma mudança boa e bem-vinda. BB fez maravilhas e alavancou a carreira das meninas, porém, estava estagnado e uma hora iria dar errado, já que acertar, atualmente, é exceção e não regra na gravadora.

Mesmo com essa nova enveredada com produtores gringos, a essência se manteve a mesma. A FNC não resolveu arriscar o suficiente para mudar o tom do grupo, pois Good Luck é, acima de tudo, uma farofona, e das boas, o que virou especialidade de ChoA e cia. Do jeito que as coisas andam, não é um fato para se reclamar, e sim glorificar. Desde que aderiu ao sexy concept, é acerto atrás de acerto, inclusive no que tange aos lançamentos japoneses.

Nada que mude a roda, mas sim músicas viciantes e competentes para grudarem na cabeça, sem contar os MV's apelativos e visualmente marcantes. Seolhyun se esgueirando pelos lasers de Like a Cat e ChoA tentando acordar Jimin do desmaio com tapas no abdômen e puxar a calcinha não são imagens que sairão tão cedo de minha cabeça. É o suficiente para destacá-las no meio de tanta mesmice atual. Quase todo mundo faz sexy concept, ainda assim, AOA se sobressai.

Good Luck entra automaticamente nessa galeria de êxitos. A canção tem tudo de outrora: um refrão marcante, breaks certos que causam impacto, agudos poderosos da ChoA e um MV delicioso. Esse Baywatch concept se distancia bem de outros comebacks praianos - é bem melhor que Party, convenhamos -, o figurino e a coreografia são provocativos na medida certa, a fotografia no crepúsculo é linda e a divisão de tempo em tela está um pouco mais justa do que em Give me The Love. Quer dizer, o excesso de adoração e preferência por Seolhyun não ficou tão óbvio, mas né...


Eu vou sempre reclamar quando ChoA não for a figura central, mas depois de toda a atenção em Heart Attack, sejamos sensatos, e como Seolhyun virou rainha da Coreia, não podemos culpar a FNC por querer agradar ao público com sobrexposição da mesma. É o capitalismo.

O principal diferencial é a letra: diferente do basicão romântico enlatado onde a menina corre atrás do Oppa, Good Luck pode até ser considerado um texto feminista, em suas devidas proporções. "Girls on Top" e várias menções de como o cara tem sorte e deverá lutar pela garota, que não vai aceitar um coitado que escuta Hello Venus que não as merece.

De resto, os problemas de sempre para fãs da Hyejeong, Mina, Chanmi e Yuna. Elas são ignoradas demais perto das outras. Hye ao menos sambou no visual Arlequina de Give me The Love, entretanto, as outras estão fadados ao AOA Cream e doramas. Sai perdendo a pobre Jimin, que perdeu sua intro para solar e conseguir algum foco. Ficou tão perdida quanto After School nos charts.

O instrumental da bridge - aquele do teaser e que toca no epílogo do MV - é bem mais bacana que as vuvuzelas do refrão. E como na bridge as vozes se sobrepõem mais ao som do que o próprio refrão, com as cornetas fortes e ensurdecedoras, a transição do ritmo ficou desigual. Não prejudica a melodia, mas com um cadenciamento melhor, poderiam ter deixado a coisa toda mais icônica, sacas.

Entre erros, acertos e polêmicas bestas dos coreanos, uma coisa segue certa: tá bem bom ser Elvis, e são poucos os grupos que cravaram tantos acertos em sequência.

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